segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Rasteiras da vida

7 Janeiro - viagem cancelada (ou adiada)...

8 Janeiro - entrada num bloco operatório para remover um tumor diagnosticado uma semana antes...

Não poderia deixar de concordar mais que a vida não pode, ou não deve, ser planeada com tanta antecedência. Dois meses a preparar-me psicologicamente para partir de um país onde vivi toda a minha vida, ir para o frio (que tanto repudio) e rodiar-me de pessoas cujo sotaque sempre foi dos que mais detestei... para inesperadamente me dizerem "Não podes ir já para Londres!".

Andei os últimos anos a pensar que gostaria de viver uma nova experiência e desafiar-me a mim mesma, só que nunca pensei que a vida me fosse "preparar" algo deste género. Enquanto eu cozinhava um cozido à portuguesa, ela cozinhava iscas à portuguesa, estão a ver a diferença? É que a última é odiável...
Tudo isto não deixa de ser uma aprendizagem, como em tudo o que nos aparece de novo na vida, no entanto há as experiências positivas e negativas. Ainda que esta se torne no futuro uma experiência positiva - deixa-nos mais fortes, maduros e ainda mais cientes de que somos constantemente surpreendidos pela própria vida -, não era a altura ideal para sentir este tipo de efeito "surprise". Nunca é! Eu sei...

Agora vivo assombrada pela dúvida. O ir ou não ir (e quando) - se antes não tinha nada a perder, agora não sei viver sem o meu "mais que tudo" que tanto tem vivido este meu dia-a-dia de correrias ao hospital. Mas também não gostava de me arrepender de algo que queria ter feito e ficou por fazer...

Para terminar, e porque não são só más notícias, fico feliz por saber que ainda sou pretendida pelo meu ex emprego. Com toda a compreensão do mundo e apoio, querem-me a trabalhar com eles em part-time, com todas as limitações que um possível tratamento possa vir a causar (se tiver de o fazer, pois ainda não se sabe se era um bicho mau e persistente ou se já foi aniquilado) e por termo certo para poder ir para Londres, se assim o entender. Com tudo isto, ainda me sinto uma privilegiada ;)

Beijinhos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ao fim de todo este tempo...

... aqui estou eu.
Graças a um novo comentário no meu blog, lá decidi reaparecer, o que não foi fácil...
Após um ano e tal (quase dois!!!), já nem sabia qual a password, nem que email estava associado. LOOOLLLL.

Bem, vou em breve desenvolver um novo ou, quiça, prosseguir com a existência deste.

Deixem-me apenas fazer um breve (realmente breve) resumo dos últimos 2 anos:

- Em Dezembro 2007 comecei a trabalhar na Brandia Central. Melhor desafio, grande aprendizagem :)

- Maio a Agosto 2007: meses doidos em que trabalhei sem supervisão, assumindo trabalhos de uma senior de baixa e uma manager de licença de maternidade...
Entro como junior e, actualmente e ao fim de 2 anos, não sei qual a minha categoria... mas desde Junho que estou nos quadros! Importante?? Nah... salário pouco mudou, tarefas mantêm-se... responsabilidades a mais, mas também sabedoria e competências bem mais sólidas. Preciso de um novo desafio (já tratei disso...)

- Junho 2008: senti-me importante! Fui madrinha de casamento de um amigo de faculdade! loooll :p

- Poucos namoros, mas um que me valeu por muito...

- Janeiro 2009: Viagem ao México, inesquecível... outra viagem que era para fazer sozinha, lá me deu um impulso indescritível para convidar um amigo que nem conhecia tão profundamente assim... (ver tópico seguinte)

- Janeiro a Julho 2009: de amigo virou namorado. Quase 7 meses de namoro intenso, "viver" 6 meses juntos, onde diria mais partilhar casa... com idas a casa todos os dias buscar roupinha para o dia seguinte.
Se somos amigos?? Sempre amiga dos meus ex, sem excepção! E... ultimamente com algumas saídas "especiais", que vêm um pouco fora de timing... (ver tópico seguinte)

- Outubro 2009: Despedi-me!!!

- Novembro 2009: O meu ultimo mês de trabalho, completerei 2 anos de Brandia. Porquê? (ver tópico seguinte)

- Janeiro 2010: no dia 7, lá vou eu para Londres!

Eis a importância de criar um novo blog. Mais maduro, com novas experiências, certamente mais interessante e com muito para partilhar.

Até breve!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Bambu Chinês - Lição de Vida

A vida nem sempre é fácil, diria até que a maioria das vezes é complicada e tem as suas exigências e caprichos... Curiosamente, encontrei algo inspirador e que serve de lição e incentivo a muitos de nós.

Depois de plantada, a semente do bambu chinês não é visível. Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo e invisível a olho nu. Contudo, uma maciça e fibrosa estrutura de raíz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra, está a ser construída. Então, no final do 5° ano, o bambu chinês cresce e chega a atingir a altura de 25 metros.
Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês": trabalhamos, investimos tempo, esforço, fazemos tudo o que podemos para nutrir o nosso crescimento e, às vezes, não vemos nada durante semanas, meses, ou anos.
Mas, se tivermos paciência para continuar a trabalhar, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e, com ele, virão um crescimento e mudanças que jamais esperariamos...

A realidade do bambu chinês ensina-nos que não devemos desistir facilmente dos nossos projectos e objectivos de vida. Até dos nossos sonhos, especialmente no nosso trabalho (que é sempre um grande projecto nas nossas vidas). Devemo-nos lembrar do bambu chinês para não desistirmos de imediato diante das dificuldades que surgirão, e essas sim são uma certeza...
Devemos mentalizar-nos e adoptar dois hábitos: persistência e paciência.
A persistência ajudar-nos-á a ter força para alcançar todos os nossos sonhos e objectivos na vida.
Frase-chave: A persistência é como nadar num rio, se páras de nadar, podes afundar.
A paciência permite-nos saber esperar. Permitir-nos-á alcançar tudo o que ambicionamos através da tolerância.
Frase-chave: Quem espera sempre alcança.

De volta...

Olá a todos!
Penso que lá no fundo já tinha uma imensa vontade de me "exteriorizar" novamente.
Tenho muito para contar, muito para actualizar, mas como a vida se constrói a seu tempo, vou postando espaçadamente também!
Como o novo álbum da Bjork, estou de "Volta".
Benvindos :-)
Beijinhos.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O meu blog


Andava entusiasmada com a tua existência...
Adorava mimar-te,
Confidenciar alguns pensamentos
E partilhar os meus sentimentos.

Alimentar-te, de alguma forma, com a minha conversa...

Eras a luz dos meus olhos em dias sombrios,
Em dias tristonhos, mas também em dias felizes.
Pensava durante todo o dia em ti,
Não tinha vontade de fazer seja o que for
A não ser estar contigo...

Mas de um momento para o outro senti-te fugir!
Deixei de sentir vontade de partilhar os meus momentos contigo.
Deixaste de ter brilho na minha vida.

Acredita que não será uma despedida do tipo "para sempre",
Mas por agora ficarás trancado a 7 chaves,
Até ao dia em que eu queira que voltes a fazer parte da minha vida...

sábado, 9 de junho de 2007

Dias santos

Sobre a minha viagem á Ilha do Sal de 4 dias, sozinha, embora rodeada de centenas de desconhecidos... Um maravilhoso momento para reflectir na vida ou.. não pensar em nada :)

Senti uma extrema vontade de embarcar numa aventura,
Sem que alguém me pudesse vir a importunar.

Despertei, em cada dia, com o sol a chamar por mim,
E com o mar, ao longe, a assobiar.

Senti o corpo a ser aquecido pelo sol,
Amenizado pela leve e calma brisa do mar.

Senti arrepios quando a estrela maior entristecia,
Porém, rapidamente me voltava a sorrir.

Dormi profundamente, sem incómodos ou preocupações,
Fosse na praia, na piscina ou no quarto do hotel.

Conheci homens interessantes, com estatuto e dinheiro,
Conheci outros atrevidos, pobres mas com um sorriso para oferecer.

Senti-me preenchida ao fazer as coisas que me dão maior prazer:
Sol, calor, praia, mar, massagens, desporto, sauna, dormir, ler...

Vivi intensamente cada dia como se fosse o último,
E ficarei a aguardar pela próxima oportunidade de reviver tudo aquilo novamente.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Onde as pesquisas vão parar

Hoje decidi ficar no relax, a pesquisar assuntos de interesse na net, como fazia na altura da faculdade (quando tinha muuuiiiitttoooo tempo livre).
Entre várias coisas, pesquisei sobre o kefir, aquele rebento da natureza tão enigmático, e que vou recomeçar a tomar. Andei também a navegar por várias faculdades, pesquisando licenciaturas em nutrição, aquilo que decididamente deveria ter tirado, em conjunto com uma especialização em psicologia. Vi seminários e pós-graduções, até que me deparei com alguns apelativos, onde me surgiu o nome Dulce Bouça, psiquiatra super conceituada e, por isso, acabou por ser o meu alvo de pesquisa (tal como já tinha sido Daniel Sampaio). Foi então que encontrei um blog que apresentava um texto de arrepiar:

Na vida de Susana há longos períodos em branco: “Sei que saía da faculdade ao fim da manhã e que, ao fim da tarde, jantava na Espiral (restaurante vegetariano e macrobiótico). Mas não sei o que fazia entretanto. Um dia larguei o emprego. Fui à consulta do Hospital de Santa Maria. Pesava 35 quilos. A médica quis internar-me. Fiz tudo para ficar em ambulatório. Deram-me um plano alimentar. Acho que foi aí que comecei realmente a ter um comportamento de anoréctica, a contar calorias, colheres de arroz. Mais tarde voltei ao hospital. Pesava 29 quilos. Mesmo assim deixaram-me sair. Cumpri à risca o plano alimentar. Uma semana depois ainda pesava menos. Nem me conseguia mexer. Fiquei semanas fechada em casa. Só a minha mãe me acompanhava. Não sei como sobrevivi.” Os médicos também não.
Nos casos em que o Índice de Massa Corporal atinge níveis abaixo dos 16 (o normal é entre 18,5 e 25) e em que a amenorreia (falta de período menstrual) se prolonga por mais de três meses, há indicação para internamento, que pode ser compulsivo. Mas uma das características da anorexia é a manipulação e, frequentemente, as doentes conseguem, à força de promessas, manter-se fora do hospital. Algumas são um prodígio de sobrevivência. Susana tem consciência de ser “um milagre”.
No entanto, nunca acreditou que pudesse morrer. E nunca o quis, afirma: “Apenas queria desaparecer. Ocupar o mínimo de espaço possível. Não ser notada.” Também garante nunca ter tido preocupação com a sua imagem e muito menos admiração pelo mundo da moda.
No entanto, salienta Daniel Sampaio, “não se pode determinar uma causa única, a doença é multifactorial. Acredita-se que existem factores genéticos, familiares e sociais, mas poderá haver um evento desencadeador, como por exemplo abuso sexual”. Não foi o caso de Susana. Ela não consegue perceber em que momento a anorexia começou a tomar conta da sua vida.
Susana tinha, até ao desencadeamento tardio da doença (aos 21 anos), uma vida social muito activa. “De repente, todos os meus amigos desapareceram, menos dois. As pessoas olhavam para mim de uma maneira... má! Como se eu tivesse escolhido isto.”

Uma outra doente, Francisca, conta um episódio que lhe causou grande mal-estar. Ao prestar provas para ingressar numa escola profissional, foi entrevistada por uma professora: “Às tantas, ela olha para mim e diz: ‘Realmente, é mesmo muito magra. Não me diga que tem uma daquelas doenças parvas das miúdas de agora?!’ Fiquei com vontade de me enfiar no buraco mais próximo.”

Daniel Sampaio, tal como os outros técnicos, sublinha a importância do diagnóstico precoce e da intervenção terapêutica que, salienta, deve, antes de mais, ser feita por um psiquiatra: “As equipas também englobam nutricionista e endocrinologista, mas a primeira intervenção deve ser do psiquiatra.” Quanto à “adesão” do doente, Daniel Sampaio garante que é conseguida pela insistência, “até porque há muito sofrimento”. Dulce Bouça, presidente do NDCA, vai mais longe: “É errado pensar que as doentes não se querem tratar. Uma anoréctica quer sempre sair da anorexia. É preciso, com muito carinho e sabedoria, demonstrar-lhe que ela continua dona do seu corpo.”

Agora sim apetece-me comentar. Ninguém escolheu esse caminho. A vida de cada doente as conduziu dessa forma. Como se, a uma dada altura, perdessem o controlo da própria vida. É como se uma pessoa que estivesse a conduzir, por momentos, adormecesse e caísse num precipício. Porém, neste caso, com força e persistência, a doente pode sobreviver.
Este texto está realmente de arrepiar. Mas o que mais me surpreende é a ignorância e inconsciência das pessoas que estão de fora e chamam a isto de "doença parva". Fumar também é parvo. Beber também é. Podem tornar-se doenças, como a ana ou a mia. São vícios, como o acto de não comer ou comer compulsiva e descontroladamente podem ser. Estas pessoas não devem ser criticadas, ou até diria condenadas, porque não fizeram mal a ninguém a não ser a elas próprias. Precisam de ajuda e de muito apoio. That's it.
Beijos

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Liberdade

Olá!
Parece que foi ontem que coloquei o meu último post, mas, de facto, já faz uma semana!! Uma semana que passou a correr e, agora que trabalho "a sério", agora que sou uma account manager (tchi, já tenho profissão digna de se dizer), sinto que todo o stress e falta de tempo se apoderam de mim.

Ontem foi o Dia da Liberdade. Viva a minha liberdade! Bem pude comemorá-la hoje, com a rapidez com que cheguei ao trabalho... Bendito sejas Túnel do Marquês!! Tardou mas chegou! A ver vamos no futuro, mas, por enquanto, bem posso dizer que foi a melhor prendinha que me deram neste últimos tempos! Soa a "contenta-se por tão pouco"?!? Para quem vive a 7 minutos das Amoreiras e demorava 35-40 a chegar lá, e ainda por cima logo pela manhã, é muito mais que bom. Chega a ser gratificante.
Bem, mas o que eu não consigo entender é o porquê de tanta gente se ter deslocado até ao local para serem os primeiros a passar lá. Ouvi dizer 10.000, ouvi 12.000, ouvi 18.000... enfim, cerca de 15.000 pessoas quiseram pisar aquele alcatrão "virgem". De carro, as pessoas buzinavam. Fez-me lembrar o Euro 2004 ou o Mundial 2006. Ainda pensei "será que o túnel vai aguentar aquele buzinão?".

No entanto, não percebi se as buzinas eram para comemorar ou protestar... sim, porque foi uma obra tão contestada, que não se percebe como é que ontem já toda a gente dizia maravilhas. Claro, depois de estar pronto é sempre bom; enquanto se faz (sim, porque para se ter é preciso fazer-se...), é "uma ganda m....", que "o c... do Santana Lopes decidiu fazer". "Ah, isso agora... já passou". Típico, não?
PS - devo dizer que sempre achei que seria benéfico, ou, pelo menos, a intenção era boa. Seria no sentido de facilitar.
Mas para quem não o conhece, aqui ficam umas fotitas.
Boas passagens!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Viver como criança

O Sol brilha lá fora.
Tenho vontade de partir.
Seria bom ir já embora,
Sem que ninguém desse por mim sair.
Tenho vontade de pular,
Vontade de voltar a ser uma criança,
Ir correr, cair e levantar,
E dar um grito com pujança!
Apetece-me rebular no relvado,
Ou enterrar-me na areia,
E sentir o corpo todo molhado,
Como se fosse uma sereia.
Tenho saudades de viver como uma criança,
Com os seus medos e traquinices,
E, com coragem, ir ganhando confiança,
Esquecendo as mariquices.
E porque brincar não é coisa do passado,
Vou-me sempre divertir.
Ainda hei-de ser uma velhinha com cajado,
Desdentada, mas sempre a rir!

P.S:
Foi feito à pressão,
Mas veio do fundo do coração!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Bola para a frente

Olá!
A vontade de escrever este post já foi nula e, embora agora ainda não seja muito elevada, aqui deixo a resposta a tanta expectativa relacionada com o meu estágio!
A agência propôs-me ficar! É verdade. Contudo, a minha motivação é gerida conforme o trabalho que faça e, de facto, não vou ficar no departamento que me dá "pica". A proposta recaiu sobre o departamento que eu não queria, o Contacto. Não que o odeie, simplesmente não me fascina! Sei que tenho muito mais para dar ao Planeamento Estratégico, ou pelo menos a vontade de contribuir é muito maior. Foi como eu disse lá na agência: trabalho mais facilmente 24 horas seguidas para o Planeamento do que 8 para o Contacto! Pelos vistos nem assim funcionou... Vou ser account, até ver...
O futuro está de portas abertas para nos receber. Mesmo que comece pouco risonho, não faz mal, pois o que hoje consideramos futuro, mais cedo ou mais tarde passa a ser passado! E de certeza que não faltarão momentos futuros com motivo para sorrir!